quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Parada



Vi hoje uma notícia tão estapafúrdia que talvez seja mentira. Um engarrafamento na China, que durava dez dias, desapareceu misteriosamente quando a imprensa começou a mostrá-lo. Dizia que alguns ambulantes abasteciam os engarrafados com comida e bebida a preços altíssimos, e que ele era ainda mais intenso na região Muralhas, o que obrigou os guias turísticos a criarem novos roteiros de visitação. Antes da cobertura jornalística, as autoridades estimavam que durasse até setembro.

Pensei em fazer uma ação. Uma hora parada usando no corpo algum tipo de tinta que desaparecesse com o tempo. Uma metáfora para o que estou vivendo agora. Com projeto de doutorado e orientador engatilhados, o programa em que eu me inscreveria suspendeu a seleção por tempo indeterminado. E nos dias subseqüentes, soube que estou impedida de prestar um concurso para professor em Artes Cênicas porque, embora seja essa a minha graduação e o mestrado seja em performance art, eu o realizo em um departamento cuja área não está prevista no edital.

Se antes a angústia era escolher entre um e outro, agora a sensação é semelhante à de estar presa no trânsito.Tempo perdido, e nada que eu possa fazer andar apenas por minha vontade. Nada, afora as relações estabelecidas com os “ambulantes”: colegas e idéias que passam por mim enquanto espero a possibilidade de me mover.


E a montanha insiste em ficar lá
Parada
A montanha insiste em ficar lá
Para lá
Parada
Parada

(Arnaldo Antunes)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

VIII Festival de Apartamento (São Carlos) - Programação das Performances Confirmadas .

VIII Festival de Apartamento (São Carlos) - Programação das Performances Confirmadas (ATUALIZADO)

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(favor repassar por e-mail, blogs e/ou redes sociais)

http://festivaldeapartamento.blogspot.com/
http://twitter.com/fest_apartament

Organização
Thaíse Nardim
Ludmila Castanheira
Rodrigo Emanoel Fernandes
Alexandre Sanches

Anfitrião:
Instituto Cultural Janela Aberta


Entrada livre,
mas uma garrafa de vinho será muito bem recebida

Dia 21 de Agosto de 2010, a partir das 20 horas, na
Sede do Instituto Cultural Janela Aberta
Rua Conde do Pinhal, 2340 - Centro - São Carlos/SP, Brasil



Trajeto Rodoviária -> Janela Aberta (via ônibus urbano): no Terminal Rodoviário de São Carlosdirigir-se até a Estação Norte (ao lado da rodoviária) e tomar qualquer linha sentido Jardim Cruzeiro do Sul, Vila Prado ou Redenção. Desembarcar na praça da Catedral (menos de 5 min), seguir pela Rua Dona Alexandrina até a Rua Conde do Pinhal.
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Trajeto Rodoviária -> Janela Aberta (a pé): a partir do Terminal Rodoviário de São Carlos seguir pela Rua Dona Alexandrina até a Rua Conde do Pinhal.
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Trajeto Rodovia Washington Luiz -> Janela Aberta (carro) : Seguindo pela Rodovia Washington Luiz, pegue a saída que dá acesso a Av. Getúlio Vargas. Vire à esquerda e continue em frente na Av. Getúlio Vargas. Vire à direita na Av. São Carlos. Vire à direita na Rua Treze de Maio. Vire à esquerda em direção à Rua Conde do Pinhal. Vire à esquerda na Rua Conde do Pinhal.
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Programação das Performances Confirmadas:
(listadas por ordem de inscrição, não necessariamente ordem de apresentação)


Desfrute
Ludmila Castanheira


"Há um círculo do palpado e do palpante, o palpado apreende o palpante; há um círculo do visível e do vidente, o vidente não existe sem a existência do visível; há até mesmo a inscrição do palpante no visível, do vidente no tangível e reciprocamente; há, enfim, propagação dessas trocas para todos os corpos do mesmo tipo e do mesmo estilo que vejo e toco - e isso pela fundamental fissão ou segregação do sentiente e do sensível, que, lateralmente, faz os órgão de meu corpo entrarem em comunicação, fundando a transitividade de um corpo a outro"
(Merleau-Ponty. O Visível e o Invisível: 1971)

mel-o-drama - parte IV (olhar à distância)
Thaíse Nardim

em mais um trabalho da série "mel-o-drama - a incrível máquina de clichês românticos", a performer compõe com seu corpo, presença e imagem uma "dramaturgia de estratégias" para o engajamento do público, promovendo um encontro intensivo através do qual a sua condição de amante racional será revelada.

Cabelódromo
Grasiele Souza


Manipular os cabelos em torno da face é a ação de Cabelódromo. A aparição de diversos penteados revelam situações de liminaridades entre o reconhecível e o extra-cotidiano para o cabelo.


Modifica
Grupo Corpo de Rua
Maria Gabriela D'Ambrozio e Cid

O "amadureciometo" de um indivíduo: o extasi, o funck, o daime, a erva - a morbidez das palavras à meia noite. "Será que ela goza?". "A felicidade é coletiva?". Dúvidas, angústias, tristezas compartilhadas com o público. Para quem está a responsabilidade da transformação? Quem "Modifica"?


Um intervalo entre nossos instantes
Felipe Bittencourt


UM INTERVALO ENTRE NOSSOS INSTANTES é um trabalho no qual o performer, de sapatilhas de balé e uma coleira, se disponibiliza a ser guiado pelo público. O rumo, velocidade e intensidade deste guiar é determinado pelo observador participante, sendo que o performer deve segui-lo, nas pontas de seus pés, até o seu limite físico.


Maquinestesia
Duo Sonoris Causa
Eduardo Nespoli & Alexandre Ficagna

O sonoro e o visual, o acústico e digital, gestos e sonoridades, elementos que agenciam-se num espaço de encontros esperados e inesperados. Espaço que depende de um tempo outro para que seja reconfigurado.

Antúrio
Maju Martins

Criação e produção: Maju Martins.
Confecção do figurino: Ana Maria P. Jambersi


"Muitas vezes eu disse que uma irmã mais velha vive dentro de meu corpo. Quando tento levantar ela se abaixa. Quando me ocupo de minha dança ela come as trevas no meu corpo. Quando ela cai, isto significa muito mais do que eu ficar em pé." Hijikata

1:1 versão Amarelo
Maíra Vaz Valente


Investigação performática a partir do encontro entre propositor e participador através do Conector Amarelo.




Protagonista ou Tudo aquilo que eu não posso te dizer
Luísa Nóbrega


Uma linha separa artista e público. A performer emite diretamente para o público uma série de sons inarticulados, não podendo de modo algum fazer uso da linguagem verbal. Em seguida, cala-se, vira-lhes as costas e o microfone passa ao público, que pode dizer o que desejar à performer, fazendo uso, obrigatoriamente, da linguagem verbal.


Corpo Crú
Grupo Incógnita

Concepção/intérprete: Urubatan Miranda
Dramaturgia/sonoplastia: Ricardo Barbosa


Tenho síndrome de Otelo desgastado / esquizofrênico pelo sexo obscuro que / transpira entre minhas pernas.
Fecho meus olhos estranhos e nebulosos / e arrasto-me escorregadio, lentamente / enquanto cortejo minha própria sombra / a procura de um reflexo roto.
Reparto meu corpo num quebra cabeças / enquanto a dor debruça-se eloqüente / pesada e absorta sobre meus olhos.
Agora mergulhado em toda a essa catarse / deito-me entre meus órgãos enovelados / por meus surtos, medos e angústias / onde a palavra é abafada pelo silêncio.



Modèles de maisons
Felipe Matos Ohno e Fernanda Vasconcelos


A ideia é iluminar, evocar o novo, transcender os padrões. “Modèles de Maisons” é uma ação de transformação e experimentação, uma distorção dos paradigmas. As ações performáticas convidam o público à auto-transformação e à reflexão sobre o olhar mecânico, que registra sem digerir.


NaMassa
Diana Parisi


Um convite para a composição coletiva de uma massa de pão. O fazer artístico abre mão do espetáculo ao mesmo tempo em que escapa às mãos do autor e reelabora-se em uma ação coletiva simples, descentralizada e despretensiosa, com o potencial de gerar, dissolver ou reconfigurar situações, ambientes e relações.


duas performances
TiTi
Tiemi Arakawa e Tiago de Mello

Não vejo a Tiemi desde sua formatura no colégio onde estudávamos, em 2006. Nos rencontramos no Festival do Apartamento, e nos propomos, cada um, uma performance de reencontro.


vetiver
Danças com caderno testemunho

Gisella Hiche

Versão festival de pesquisa íntima, denominada danças com caderno testemunho, em que movimento e poesias diluem um estado de desenraizamento. Nesta versão, as pessoas presentes no festival poderão dançar sob tecido vermelho e sobre o chão, reconhecendo no corpo, em memórias e na dança sensações que aterram.


A Materialização da Palavra
Arte em Protesto

Aquiles Lencioni

O que vocês estão vendo é uma Performance Artística Contracultural, Intervenção Urbanística, uma Expressão Política baseada em Terrorismo Poético que Retrata uma Realidade Ocultada por um Sistema De uso do Poder Direto e Indireto.


Fazendo (a-consciências)
Uma performance de Thaíse Nardim para André Luiz Nardim

Uma performance-em-jogo familiar, proposta surpresa baseada na obra do artista americano Allan Kaprow, em especial em seus trabalhos de inspiração zen-budista.


Ainda será possível?
Larissa Alvanhan e Mariana de Luna


"Ainda será possível / a comunicação, o entendimento? / Ainda será possível / o contato, o desprendimento? / Ainda será possível / a coragem, o rompimento?/ Ainda será possível / as cores, a liberdade? / Ainda será possível
a vida, o sofrimento? / Ainda será, simplesmente, possível?

Diante de tantas (im)possibilidades cotidianas e rotineiras, a Perfomance Ainda será possível? traz o questionamento: será possível lavar-se das marcas culturais, das sujeiras , das imposições sócio-culturais, dos preconceitos e das hipocrisias para apenas sentir, sonhar, sofrer, viver? Quais são as conseqüências quando ousamos mudar o que nos parece impossível? Ainda existe lugar para as individualidades e o verdadeiro conceito de liberdade? Ainda será possível simplesmente sonhar com as possibilidades ainda (im)possíveis?


15 por 12
Double jesus e Fabi Mtisue

Quantas vezes temos que ser estimulados para tormar-mos fanáticos por algo ? A que ponto nos leva a honra e o orgulho ?
O que é realmente verdade daquilo que cantamos ?